quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Uma Humana


Ei, pessoal! Eu estava aqui, dando uma rondada no blog, quando me veio uma ideia para não deixá-lo tão inativo. Eu fiz a segunda fase de um vestibular na semana passada e tinha prova de redação. Felizmente - ou não - a banca dava a liberdade ao candidato de escrever a redação em formato dissertativo, narrativo e como carta. 

Concluindo, não será uma surpresa para ninguém se eu disser que escrevi uma redação narrativa, não é? hahaha Pois então, vou postar minha redação aqui para vocês analisarem!

  • Enunciado da redação narrativa:

"O conto é um gênero literário breve, com núcleo dramático único, centrado em um episódio da vida de um ou mais personagens.
Tendo em vista essa definição e a leitura da coletânea, crie um conto com base na seguinte situação: a mãe de um ou de uma adolescente resolve adotar o método de educação oriental ("mãe tigre")¹*, visando prepará-lo(a) para um concorrido vestibular. Com base na situação dada, elabore uma narrativa retratando a relação de mãe e filho(a), na tentativa de se conseguir o resultado almejado. A conclusão de sua história pode ser o sucesso ou o fracasso do método adotado pela mãe na educação do(a) filho(a). Sua narração poderá ser em 1ª ou em 3ª pessoa. Não se esqueça de fazer uso do discurso direto."

¹* Explicação necessária: A expressão "mãe tigre" faz referência à um dos textos de apoio para a redação. Resumindo-o, nele propõe-se que os pais devem fazer todo o possível, infernizando-os até, para obrigar os filhos a ter apenas os melhores resultados. Nota 9 não é suficiente para receber um "parabéns!" ou qualquer elogio, 10 é a obrigação mínima! Assistir TV ou ter qualquer contato com outras redes sociais é estritamente proibido! É necessário ser extremamente rígido com os filhos para que eles tenham sucesso na vida.

Com as informações necessárias para vocês terem uma noção do que eles cobravam, fiquem com a minha redação:

Uma Humana
       Estava sentada na cadeira em frente a uma grande mesa cheia de papéis e livros referentes aos seus estudos para passar no vestibular, enquanto recordava alguns meses atrás, quando era livre para pegar o material que quisesse, sentar-se no sofá ou na cama e estudar sem pressão. Naquela época ainda podia assistir à televisão, caso ficasse exausta dos estudos.
       No entanto, sua realidade atual era demasiadamente diferente. Quando o fim do ano se aproximou, a mãe da jovem impacientou-se. O momento que definiria o futuro da filha batia à porta, mas a menina não parecia se importar. Então a mãe tomou as providências por ela: seria o mais rígida possível; megéra, se fosse necessário.
        Acabou impondo à filha uma rotina inumana. Com muita dificuldade, a menina adequou-se àquilo, mas funcionara extraordinariamente bem. Em um curto espaço de tempo, ela aprendeu muito mais do que havia aprendido no resto de sua vida.
        Porém, enquanto estudava para a primeira prova, que seria no dia seguinte, estava ansiosíssima. A mãe ameaçara-a com castigos e a condenaria a continuar vivendo daquela forma se não fosse aprovada.
        No outro dia, tremia compulsivamente durante a prova. Lia e relia cada questão inúmeras vezes, mas a compreensão lhe escapava. Na mente da jovem, o temor de encarar a mãe sem corresponder às duas exigências a entorpecia. O sinal do recolhimento da prova tocou, soando alto em seus ouvidos. A menina chorava em silêncio, desolada e atemorizada. Seu gabarito estava em branco.
        Ao retornar à sua casa, com os olhos fundos e vermelhos, somente uma frase escapava de seus lábios, em murmúrio: “Me perdoe, mãe”. Quando se deparou com a situação da filha, a compreensão da mãe veio de súbito, como um soco. Pensara ter feito certo ao impor tamanho medo e rigidez à filha, mas enganou-se.
        Chorando, se aproximou lentamente da filha e abraçou-a. Estava tudo bem, ainda haveriam outras chances. Sua filha não precisaria ser tratada como uma máquina receptora de ordens. Iria estudar e teria a ajuda necessária da mãe, mas o faria sem ser privada de seus desejos, como um ser humano.
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Pronto! Agora façam a avaliação de vocês. Quanto acham que eu mereço de 0 a 70? Eu já fiz a correção da redação e felizmente só cometi dois erros; "megéra", que não possui acento agudo e "haviam", que no caso devia ser "havia" (regra do verbo haver que eu sei, mas o desespero do momento atrapalhou).

Se vocês gostarem da ideia, eu posto outra redação narrativa que escrevi antes da prova para treinar pro dia definitivo, que, à parte, parece acabar com o mais criativo de nós... Após a prova, tive uma ideia pra fazer essa mesma redação que receberia, no mínimo, a nota máxima! Ah, que descreça! haha

Até a próxima!

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