Essa é a primeira poesia que escrevi. Estou cursando Poesia Surrealista na faculdade e o professor solicitou que escrevêssemos algo inspirados em União Livre do André Breton, propulsor do Movimento Surrealista. Se interessarem, leiam também a poesia do Breton e pesquisem sobre o Surrealismo, a poética deles - que é mais um tratado ideológico do que propriamente uma poética como é a aristotélica - é extremamente intrigante. Vale a pena conhecer.
Ah, e claro, não juguem o Surrealismo pautados nesse meu negócio experimental aqui. É só isso, experimental.
Sorrisos
Meu
sorriso é farsa dissimulada diante do olho-lua enviesado
Com o calor acinzentado, o amor azedado
A vida em frangalhos de felicidade no dia da submissão
Meu sorriso adornado pela mancha lúgubre da devassidão
Com retidão perversa em borras de chocolate que amarga o ventre do meu pai
Meu sorriso contagioso de sarcasmo numa imagem vultuosa de carícias
Meu sorriso em forma de alazão indomável diante da índia voluptuosa
De cor escura e filetes de espinhos nos seios enrijecidos
O córrego negro descendo em seu dorso e se debulhando em fios ao vento ardente
é vapor
Meu sorriso é marca diluída de uma sensação que escapou pelos vermes-rosados gemendo-sexo na minha face
Meu sorriso de verdades incontestáveis como a vida
Cuja relativa obscuridade do útero remete à turva negritude que abraça a terra
Abraça o sol e as estrelas e os planetas de um nome só
E morre no fim porque a vida era fantasia cigana em jogos do acaso
Meu sorriso em fios ardentes de águas subterrâneas
Que alarga a face e sobe à superfície voando livre nas nuvens
Que umedece a terra com seus cadáveres putrefatos
Esterco de árvores num ciclo panteístico
Meu sorriso entreaberto bebendo a gota ambígua d’fogo salgado que reverbera ascendente dos olhos
Meu sorriso que um dia confiou e definhou ao som da sagrada mentira em capa velha e encardida
Meu sorriso envaidecido de gratidão
Do ego que ecoa nos espelhos internos e se estilhaça em frivolidades cortantes
Meu sorriso individualista
Meu sorriso coletivista
Qual?
Meu sorriso insosso é um luxo de veneração à imagem disforme da Santíssima Trindade
Corroída pelos tempos sórdidos do Ocidente perdido em si
O homem às cegas que encontra apoio na guilhotina travestida de dossel do amor
Meu sorriso que se desfoca para gargalhar mas morre
Como enxame de abelhas atacadas pela pedante fogueira capitalista
Meu sorriso rumina quando erva daninha
Meu sorriso relincha quando galinha
Cisca quando jaguar
Ruge quando égua
Guincha lá o CPU
Meu sorriso com diastemas por onde pia ensurdecedor o profético assovio das elfas esfíngicas
Saídas dos abismos ancestrais dos dentes
Proclamadoras de morte sedutora ao ouvido
E à natureza o véu desce a se desfazer em apocalipse
Meu sorriso que ao acolhimento infernal mergulha sôfrego
E ao nirvana alcança na sublime figura messiânica da Yemanjá caminhando sobre o oceano revoltoso
E no fim
Da atroz pressão da terra adubada em ódio e amor sempre surgirá
Meu sorriso em harmonia musical
Fedendo às páginas antigas que construíram o vassalo-senhor
Iluminado pela inomenclatura Humana.
Com o calor acinzentado, o amor azedado
A vida em frangalhos de felicidade no dia da submissão
Meu sorriso adornado pela mancha lúgubre da devassidão
Com retidão perversa em borras de chocolate que amarga o ventre do meu pai
Meu sorriso contagioso de sarcasmo numa imagem vultuosa de carícias
Meu sorriso em forma de alazão indomável diante da índia voluptuosa
De cor escura e filetes de espinhos nos seios enrijecidos
O córrego negro descendo em seu dorso e se debulhando em fios ao vento ardente
é vapor
Meu sorriso é marca diluída de uma sensação que escapou pelos vermes-rosados gemendo-sexo na minha face
Meu sorriso de verdades incontestáveis como a vida
Cuja relativa obscuridade do útero remete à turva negritude que abraça a terra
Abraça o sol e as estrelas e os planetas de um nome só
E morre no fim porque a vida era fantasia cigana em jogos do acaso
Meu sorriso em fios ardentes de águas subterrâneas
Que alarga a face e sobe à superfície voando livre nas nuvens
Que umedece a terra com seus cadáveres putrefatos
Esterco de árvores num ciclo panteístico
Meu sorriso entreaberto bebendo a gota ambígua d’fogo salgado que reverbera ascendente dos olhos
Meu sorriso que um dia confiou e definhou ao som da sagrada mentira em capa velha e encardida
Meu sorriso envaidecido de gratidão
Do ego que ecoa nos espelhos internos e se estilhaça em frivolidades cortantes
Meu sorriso individualista
Meu sorriso coletivista
Qual?
Meu sorriso insosso é um luxo de veneração à imagem disforme da Santíssima Trindade
Corroída pelos tempos sórdidos do Ocidente perdido em si
O homem às cegas que encontra apoio na guilhotina travestida de dossel do amor
Meu sorriso que se desfoca para gargalhar mas morre
Como enxame de abelhas atacadas pela pedante fogueira capitalista
Meu sorriso rumina quando erva daninha
Meu sorriso relincha quando galinha
Cisca quando jaguar
Ruge quando égua
Guincha lá o CPU
Meu sorriso com diastemas por onde pia ensurdecedor o profético assovio das elfas esfíngicas
Saídas dos abismos ancestrais dos dentes
Proclamadoras de morte sedutora ao ouvido
E à natureza o véu desce a se desfazer em apocalipse
Meu sorriso que ao acolhimento infernal mergulha sôfrego
E ao nirvana alcança na sublime figura messiânica da Yemanjá caminhando sobre o oceano revoltoso
E no fim
Da atroz pressão da terra adubada em ódio e amor sempre surgirá
Meu sorriso em harmonia musical
Fedendo às páginas antigas que construíram o vassalo-senhor
Iluminado pela inomenclatura Humana.
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